Caminhada orientada por profissional traz benefícios mesmo sem acompanhamento da prática

Desde 2000, os frequentadores do  Parque Dr. Fernando Costa (Parque Estadual da Água Branca) têm a oportunidade de obter orientação e prescrição para a prática segura de atividade física baseada em caminhadas regulares. A oportunidade é proporcionada pelo Projeto Exercício e Coração, coordenado pela Profa. Dra. Cláudia Forjaz. A ação, realizada por monitores e com a supervisão do Educador MSc. Bruno Modesto, baseia-se em uma avaliação clínica prévia, seguida de orientações e prescrição individual da atividade, a ser feita de maneira regular e sem supervisão. 

Participantes passam por avaliação clínica prévia, seguida de orientações e prescrição individual da atividade.

Com essa intervenção, foi possível observar diversos benefícios à saúde cardiovascular dos participantes, relatados no trabalho de mestrado do educador, orientado pela coordenadora do Projeto. Para chegar a essa conclusão, inicialmente foram analisados os dados de aproximadamente 1500 indivíduos. A amostra final foi composta por 152 pessoas na faixa etária de 40 a 80 anos, que participaram do Projeto entre 2001 e 2015 e afirmaram terem seguido a orientação e a prescrição de caminhada.

Na avaliação prévia, os participantes respondem perguntas sobre suas condições de saúde e nível de atividade física. Também são realizadas aferições de risco cardiovascular por meio de medidas antropométricas (estatura, peso e a circunferência da cintura); hemodinâmicas (frequência cardíaca de repouso, pressão arterial sistólica e diastólica) e metabólicas (glicemia e colesterolemia de jejum). Além disso, também é aplicado teste de aptidão aeróbica. Após essa avaliação inicial, segue-se a prescrição de caminhada, que deve ser feita, no mínimo, três vezes por semana em sessões de 30 minutos pelo menos. Depois de um período entre 3 e 6 meses, os participantes são reavaliados.

Projeto Exercício e Coração acontece desde 2000 no Parque Estadual da Água Branca

Os resultados demonstram um aumento significante da aptidão aeróbica e redução de importantes fatores de risco avaliados - IMC, medida de circunferência abdominal, pressão sistólica, além da diminuição no risco cardiovascular global. Quando analisados subgrupos de acordo com o nível inicial de atividade física e aptidão física, essas mesmas reduções também foram encontradas independente do seu nível inicial.

Segundo Modesto, o estudo demonstra que este tipo de intervenção apresenta-se como uma alternativa para ampliar o combate aos níveis alarmantes de sedentarismo e inatividade física na população, principalmente nas faixas etárias mais avançadas. “Com os devidos cuidados, pode ser um fator de promoção de saúde frente à pandemia”, afirma o educador. Atualmente, devido ao isolamento social, o Projeto Exercício e Coração tem atuado de maneira remota por meio de suas redes sociais. Assista, abaixo, ao vídeo sobre o estudo, compartilhado e produzido pela equipe:

Os resultados da pesquisa foram publicados recentemente, em artigo na revista Preventing Chronic Disease , do Centers for Disease Control and Prevention, acessível pelo link: https://www.cdc.gov/pcd/issues/2021/20_0115.htm

 

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