Confederações Olímpicas Brasileiras ainda não aplicam políticas globais de Equidade de Gênero na Gestão do Esporte, mostra pesquisa

Estudo EEFE expôs a falta de ações institucionalizadas das organizações analisadas para o incentivo de mulheres em cargos de gestão

Mulheres enfrentam diversas barreiras para acessar cargos de gestão em organizações esportivas brasileiras. Um estudo da EEFE-USP constatou a falta de políticas e ações institucionalizadas voltadas à inclusão feminina em cargos de liderança nas confederações olímpicas brasileiras. Além disso, as organizações demonstraram pouco conhecimento sobre iniciativas internacionais direcionadas à equidade de gênero nos esportes, como as trazidas no Relatório do Projeto de Revisão em Equidade de Gênero do Comitê Olímpico Internacional - COI (IOC Gender Equality Review Project Report).

 

Confederações olímpicas brasileiras não dialogam com direcionamentos internacionais que incentivam a equidade de gênero no meio da gestão do esporte - Foto: Jametlene Reskp/Unsplash.

A conclusão foi obtida por meio de dados de cinco confederações olímpicas brasileiras e do Comitê Olímpico do Brasil (COB), órgão regulatório do esporte olímpico nacional ao qual as confederações são filiadas. A análise foi feita por meio de documentos, como o planejamento estratégico das instituições, e entrevistas com respectivas/os gestoras/es. Somente o COB possuía uma meta direcionada ao incentivo de mulheres gestoras. Mesmo assim, não se constatou nenhum projeto institucionalizado para tal.

Sendo o esporte uma manifestação social, o estudo trouxe informações importantes que refletem as características que fazem parte de acontecimentos da sociedade e o quanto ações institucionalizadas são fundamentais “Dentro das organizações analisadas, encontra-se um cenário que evidencia a hierarquia de gênero, com relações de trabalho marcadas por aspectos patriarcais, nas quais as mulheres enfrentam barreiras e possuem menos oportunidades para ascender dentro da estrutura de poder e alcançar cargos de liderança; e aí está a relevância de implementação de políticas institucionalizadas a fim de quebrar essa reprodução homóloga que mantém hegemonia masculina nos cargos de poder no esporte”, afirma a pesquisadora.

Mulheres enfrentam barreiras para alcançar de cargos de gestão em entidades esportivas olímpicas - Foto: Freepik

A dissertação foi realizada pela Mestre em Ciências Natacha Manchado Pereira, sob orientação do Prof. Dr. Ary José Rocco Junior e da co-orientadora Profa. Dra. Gisele Helena Tavares. Intitulada “Equidade de gênero na gestão de confederações olímpicas brasileiras - políticas e direcionamentos”, a pesquisa foi apresentada à Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, na área de concentração de Estudos Socioculturais e Comportamentais da Educação Física e Esporte. O trabalho completo encontra-se disponível no banco de teses da USP e pode ser acessado por meio do link: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39136/tde-28032023-152933/pt-br.php 

 

 

 

 

 

 

 

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